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Live discute o BIM no Brasil e o papel das universidades e do CREA-RS em sua implementação


Créditos: Arquivo CREA-RS

Nesta quarta-feira (07/07), o CREA-RS promoveu a palestra “O BIM Chegou. E Agora?”, que contou com a participação de dois palestrantes: o Eng. Civil Rodrigo Broering Koerich, coordenador técnico do Termo de Colaboração Recepeti e Ministério da Economia, com mais de 20 anos de experiência em projetos estruturais de edifícios, obras de drenagem, saneamento e estruturas especiais em concreto armado; e a doutora em Engenharia Civil Paulete Schwetz, coordenadora do curso de Extensão Modelaz UFRGS, que tem como objetivo capacitar estudantes e profissionais da área da construção civil a conhecer o conceito BIM e utilizar a ferramenta computacional REVIT.

Os convidados esclareceram os pontos mais importantes da plataforma que, com a entrada em vigor do Decreto n. 9.377, em maio de 2018, tornou-se parte de uma estratégia nacional que visa incentivar o uso dessa tecnologia. 

Com a entrada em vigor do Decreto n. 9.377, em maio de 2018, a plataforma BIM (Building Information Modeling) tornou-se parte de uma estratégia nacional que visa incentivar o uso dessa tecnologia. E, a partir deste ano, a modelagem 3D está sendo exigida para a elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia. Uma iniciativa que poderá aumentar em dez vezes a implantação da plataforma BIM, possibilitando que 50% do PIB da construção civil utilize a metodologia até 2024. Nesse contexto, as universidades têm papel muito importante no processo de mudança de paradigmas e na capacitação dos futuros profissionais para este novo cenário.

A pesquisadora da UFRGS, Eng. Civil Paulete Schwetz iniciou explicando que BIM é uma sigla que, em português, significa Modelagem de Informação da Construção. Em síntese, “é uma maneira eficiente de reunir todas as informações de uma construção de forma integrada e organizada. Ele é composto do modelo da edificação até seu orçamento e acompanha a obra em todo o seu ciclo de vida”, explicou.

O que é o BIM, para que serve e como funciona

Para a professora, o BIM é um conceito composto por 8 etapas: 1) idealização do projeto; 2) esboço do projeto em 2 dimensões; 3) modelagem; 4) planejamento; 5) custos; 6) sustentabilidade; 7) monitoramento; e 8) risco. Entre seus benefícios, estão os de minimizar erros na obra, melhorar a gestão de tempo e de prazos, testar soluções previamente, integrar diferentes profissionais no projeto, diminuir desperdício de materiais e maximizar o retorno sobre o investimento do projeto.

O BIM no Brasil

O coordenador técnico do Termo de Colaboração Recepeti e Ministério da Economia, Eng. Civil Rodrigo Broering Koerich acrescentou que o BIM não é uma tecnologia nova, mas vem ganhando mais força no Brasil ao longo dos anos. O objetivo do decreto publicado em 2018 é fazer um escalonamento da adoção da tecnologia pelo próprio governo. Ele destacou alguns marcos nesse processo: em janeiro de 2021, quando o BIM já se tornou obrigatório para cinco órgãos públicos e a Lei de Licitações 14.133/2021, que diz que, sempre que adequado, as licitações devem adotar a metodologia BIM. Segundo Rodrigo Koerich, até 2028 o BIM deve estar completamente implementado nos órgãos públicos. “Por isso nos preocupamos e trabalhamos para que, tanto os profissionais, quanto as empresas, façam as adequações a essa nova tecnologia que vai mudar a forma como planejamos e construímos no Brasil”, pontuou.

“O BIM exige coordenação, trabalho em equipe e esse é o grande paradigma. Precisamos treinar, capacitar, trabalhar junto com as universidades, incorporar outras tecnologias. E é isso que estamos fazendo”, afirmou o Eng. Rodrigo. Para isso, o BIM Brasil pretende impulsionar iniciativas que visam a desburocratização, a revisão e a análise de processos de construção e alvarás, melhor amparo legal para produção de construção industrializada, treinamentos gratuitos, completos e densos e linhas de crédito. “Além disso, que os estudantes já venham com o conhecimento do BIM, de um trabalho em equipe, de forma coordenada. O trabalho do Ministério da Economia tem essa finalidade”, concluiu.

O Papel das Universidades

O principal desafio para a implementação do BIM, segundo Rodrigo Koerich e Paulete Schwetz, é romper com a ideia de que BIM é software, e mostrar que é, na verdade, um trabalho em equipe. Para isso, é preciso que o profissional saia de sua formação universitária preparado. 

Sobre o ensino do BIM nas universidades, Paulete Schwetz explica que existe uma proposta de alteração das grades curriculares das escola de engenharia em todo país. “Essas mudanças são discutidas pela Associação Brasileira de Ensino de Engenharia (Abenge), pelo Conselho Nacional da Indústria (CNI), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo Confea e por representantes das universidades”, disse. As mudanças foram aprovadas pelo MEC através das diretrizes nacionais curriculares dos cursos de ensino de engenharia, as DCNs, em 2019. A implementação em 3 anos estava sendo feita, mas, de acordo com a pesquisadora, a pandemia atrasou o processo.

“Essa mudança está ocorrendo aos poucos, o que se quer é que o aluno, além de saber, consiga fazer. Hoje, o engenheiro no mercado de trabalho não é só contratado pelas questões técnicas, ele precisa ir além, precisa ser capaz de resolver problemas e trabalhar em equipe”, destacou. Cursos de extensão como o Modela da UFRGS são maneiras dos estudantes já se familiarizarem com a plataforma.

O papel do CREA-RS

O CREA-RS também é parte da mudança. Para Rodrigo, o Conselho precisa pensar nos pontos que hoje vão gerar fricção na adoção do BIM, principalmente em relação às leis que regulamentam esses processos. 

Para Paulete, o CREA-RS também precisa ser fonte de conscientização para que os profissionais entendam a necessidade de atualização e seus benefícios, com iniciativas como esta. “Toda vez que a gente vive uma quebra de paradigma, existe um medo associado por sairmos da zona de conforto. Então, então talvez o papel do CREA-RS seja, além de divulgar os cursos e promover as inovações, mostrar para as pessoas a importância de perder o medo para de se capacitarem”, acredita. 

Sistema Confea/Crea assinou um convênio com o BIM Fórum Brasil, entidade independente alinhada à Estratégia BIM BR, do governo federal para promover ações no sentido de implementar o BIM no Brasil.

 

Assista à palestra completa em 

 

 

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