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Eng. Eletricista Ênio Padilha estreia Terças com CDER-RS


Créditos: Arquivo CREA-RS

Representantes de entidades de classe têm agora um novo compromisso no segundo dia útil da semana: “Terças com o CDER-RS”. Evento que visa o fortalecimento das entidades de classe e a valorização das profissões.

Qualidade e produtividade para as entidades de classe, dicas de empreendedorismo, papel na capacitação profissional, a importância dos líderes das entidades de classe. Pautas importantes para os gestores das entidades, também compartilhada pelo Colégio de Entidades Regionais (CDER-RS), fórum que reúne 72 entidades de classe das áreas das Engenharias, Agronomia e Geociências do Estado.

Eng. Civ. Jorge Koche, coordenador do CDER-RS

Atendendo às demandas regionais, o CDER-RS trará, então, um palestrante nas noites de terça-feira, em outubro e novembro. São encontros virtuais, a partir das 19 horas, e com 1h30 de duração, com temas como autossutentabilidade e marketing para as entidades de classe.

A palestra “Valorização Profissional através das Entidades de Classe”, com o Engenheiro Eletricista Ênio Padilha, inaugurou a primeira terça (20), com a participação de mais de 50 participantes.

Antes de apresentar o palestrante, o coordenador do CDER-RS, Eng. Civil Jorge Köche, lembrou que a iniciativa do evento era aproveitar o novo momento, mesmo com as dificuldades, para construir um novo ciclo com as instituições, criando um diálogo e contribuindo para a profissionalização das entidades de classe. “Vamos fazer uso desta tecnologia que veio para ficar, os encontros virtuais, e que podem nos aproximar mais, possibilitando o atendimento às necessidades das entidades, que são responsáveis pela representação social dos profissionais e contribuem de forma expressiva para a valorização das profissões”, salientou.

Eng. Agr. Paulo Rigatto, 1º vice-presidente no exercício da Presidência do CREA-RS

Presente o Eng. Agrônomo Paulo Rigatto, 1º vice-presidente no exercício da Presidência do CREA-RS, parabenizou a iniciativa e também destacou os encontros virtuais como facilitadores de discussões atuais. "Os eventos daqui para frente terão maior intensidade com o acesso virtual. Ainda um desafio, os encontros presenciais voltarão, mas com certeza este novo método deve se tornar permanente, pois é mais acessível, pois as pessoas podem estar no seu carro, por exemplo, e assistir ou ouvir”, apontou, parabenizando o coordenador pela forma encontrada para manter, de certa forma, o encontro das entidades de classe, que acontece todos os anos nesta época, mas que devido à pandemia, ele foi transferido para 2021.  

Eng. Ambiental Nanci Walter, presidente do CREA-RS, gestão 2021/2023

A presidente eleita do CREA-RS, Eng. Ambiental Nanci Walter destacou a produtividade e qualidade do evento, também parabenizando a iniciativa. Aproveitou para agradecer a recepção que tem recebido de todos e como foi gratificante verificar a participação de vários colegas.

Também eleita em 1 de outubro, a nova conselheira federal a Eng. Agrônoma Andrea Brondani da Rocha, ex-coordenadora do CDER-RS, ressaltou a alegria de reencontrar os representantes das entidades de classe e se colocou à disposição como representante de todos no Plenário do Confea.

Valorização Profissional através das Entidades de Classe

Palestrante Eng. Eletric. Ênio Padilha
Com 11 livros publicados, cujas edições sucessivas representam mais de 45 mil exemplares vendidos em todo o país, vários artigos, só neste ano já escreveu 90, publicados em seu site, atualizado diariamente, e em outras publicações, o Eng. Eletricista Ênio Padilha formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1986 e Mestre em Administração pela Univali, em 2007. É professor em cursos de pós-graduação, em diversas instituições de ensino.

Com um currículo deste, o engenheiro é um entusiasta das entidades de classe e defende o marketing para elas. “As entidades não podem perder a sua capacidade empreendedora”, avalia.

Nesta palestra, percorreu sobre as diferenças e as relações entre os Conselhos profissionais e entidades de classe e a função desempenhada pelos profissionais representantes. 
“É muito comum que os profissionais confundam as funções – responsabilidades e prerrogativas – das entidades de classe com as dos Conselhos Profissionais e dos outros integrantes do sistema e vice-versa. Sendo assim, não é de estranhar que tantas entidades de classe tenham ‘crises de identidade’ e sintam dificuldade em definir seus papéis. Afinal de contas, num primeiro olhar, parece que todas as posições na defesa da valorização profissional já estão ocupadas”, defendeu.

Qualidade e produtividade
Discorrendo sobre um gráfico, mostrou a relação obrigatória do profissional com as universidades e com o Sistema Confea/Crea e vice-versa, enquanto as optativas que são com o Sindicato, as entidades de classe e a Mútua.

“Os conselheiros são muito importantes para as entidades de classe. São eleitos pelos seus pares. Mas eles precisam saber que são representantes das entidades e não o contrário, pois foi escolhido pela entidade e não pelo CREA. Outra coisa, ele não é representante da sua modalidade profissional. É preciso tratar de outras modalidades, já que é representante da entidade que reúne profissionais de várias modalidades. Sua visão precisa ser ampliada e ter a capacidade de empatia para entender as problemáticas de outras profissões”, ensina.

Ao falar sobre o artigo 34, da Lei n. 5.194, o Eng. Padilha destacou o trabalho e as atribuições dos conselheiros eleitos pelas entidades de classe, afirmando que o conselheiro deve informar os outros associados sobre a sua participação nas sessões de Câmara e Plenária, assim como levar as demandas da entidade para o Plenário do CREA.

“É necessário manter um canal de comunicação e diálogo, para prestar conta com a sua entidade, sobre o que está votando, discutindo, aderindo, pois o conselheiro está a serviço da sua entidade”, reforçou.

Segundo o professor, a atribuição do conselheiro é ampliar o alcance do CREA para a sociedade e o da instituição representada.

Ressalta que as entidades são organizações sem fins lucrativos, com diversos objetivos, mas sempre visando a valorização profissional, a representação social, a congregação e o acolhimento.

Aproveitou para esclarecer um dos pontos sobre as entidades, que não podem ter fins lucrativos. “As entidades, no entanto, precisam ter lucro. O que as entidades podem fazer com o lucro? Não podem dividir entre os sócios, mas precisam de dinheiro para comprar imóvel da sede, comprar móveis, equipamentos, bibliotecas, realizar eventos”, defende.

A busca pela valorização profissional exige das entidades de classe mais empreendedorismo. “A entidade de classe precisa ter produtividade e qualidade, clientes, servidores, fornecedores, parceiros, concorrentes e indicadores de desempenho”, detalha.

A partir daí, percorreu cada um destes itens, sugerindo e dando exemplos de como as entidades podem ser autossuficientes.

Produto
“Para cumprir seus objetivos, a entidades dispõem de uma linha de produtos que são basicamente aumentar a sua representação social, participando em comissões municipais, estaduais, grupos de trabalho, eventos (cursos, palestras, seminários), publicações (revista, jornal, rádio, website, redes sociais). São questões estratégicas para as entidades que trazem resultados positivos”, ensina.

Segundo ele, quanto mais efetiva for esta participação e quanto mais relevante forem as contribuições dos seus representantes nesses grupos, mais visibilidade e respeitabilidade a entidade conquistará.

Stakeholders
Ressalta que, na linguagem da administração, Stakeholders são pessoas que são impactadas por uma organização, por seus projetos ou resultados. “Uma entidade de classe possui stakeholders importantes que são seus associados, seus servidores, fornecedores, parceiros e, principalmente, a sociedade na qual a entidade está inserida”, explica.

Mas também alerta que as entidades têm concorrentes no trabalho de valorização profissional e no convencimento de trazer o profissional para dentro da entidade.

“Sindicatos, clubes sociais e outras organizações de classe são concorrentes. É preciso trabalhar bem para atrair associados. O que queremos? Quero a atenção, portanto, tenho que entregar um bom produto. As entidades precisam desenvolver ações para conquistar a atenção, o interesse e a disponibilidade dos profissionais em sua área de abrangência, oferecendo diferenciais competitivos”, aponta, destacando ainda que o sucesso de uma entidade é medida pela quantidade de profissionais associados ativos e participações das suas ações e eventos. 

Indicadores de Desempenho
Citou ainda a importância de as Entidades terem Indicadores de Desempenho. "O que não pode ser medido não pode ser controlado, e o que não pode ser controlado não pode ser melhorado", exemplificou com uma frase de Lord Kelvin.

Segundo ele, uma entidade não saberá se está progredindo se não estabelecer Indicadores de Desempenho adequados para a avaliação permanente.

“Indicadores de desempenho são os meios pelos quais os objetivos são avaliados e que para serem significativos devem ser mensuráveis, pertinentes e importantes”, complementa.

É preciso estabelecer indicadores para que faça comparação do desempenho anterior de uma gestão ou período específico. Por exemplo:
- Número de associados
- Número de associados adimplentes
- Número de participantes no evento
- Número de eventos realizados
- Número de participações em comissões

Para finalizar, o professor apresentou 10 recomendações para as Entidades de Classe, muitas delas implantadas nas entidades que presidiu e também obteve de cases de outras entidades pelo país.

1.    A entidade precisa estabelecer uma agenda institucional e determinar quais serão feitas e os representantes.
2.    Manter o cadastro completo e atualizado dos associados. Manter, igualmente, um cadastro atualizado dos seus parceiros e parceiros eventuais.
3.    Criar uma agenda permanente de eventos anuais que sejam eventos institucionais (e não de gestão), como dia das mães, jantar de fim de ano, torneio de futebol, baile anual de entidade. Não importa quantos eventos, mas existem os obrigatórios e sempre.
4.    Manter um canal de comunicação ativo com seus associados, como newsletter, jornal, revista, site. Organizar competições esportivas, inclusive com a participação de equipes de fora da entidade. Manter um registro ativo das atividades representativas da Entidade de Classe junto a Prefeituras, Bombeiros e órgãos do governo em geral, através de edição de veículos de comunicação, como jornais ou revistas. Criar, na entidade de classe, um cargo de Diretoria responsável pela comunicação na internet (atualização do website e dos conteúdos nas redes sociais).
5.    Profissionalizar a produção de eventos. Criar um manual interno de produção de eventos (algoritmos, protocolos e eventos). Criar a figura de coordenador de evento, em vez de diretor de eventos. Um coordenador específico para um evento específico.  Fazer uma agenda anual com antecedência razoável. No segundo semestre, a agenda é bem lotada, porque a programação é feita no segundo semestre. Para ele, a programação do ano que vem, por exemplo, já deveria estar pronta.
6.    Criar uma publicação anual impactante: pesquisa regional sobre a construção civil. Mapa de ensino de engenharia na região, que aconteçam todos os anos e que a sociedade já espera.
7.    Criar um prêmio ou condecoração anual importante: profissional do ano/empregador do ano. São ações de valorização dos profissionais e também enaltecem a própria instituição.
8.    Criar um evento anual especialmente para estudantes de engenharia/agronomia ou para jovens engenheiros e agrônomos. Exemplo: boas-vindas, entrega da carteira profissional, representação nas formaturas. Naturalmente, estes novos profissionais vão virar novos associados.
9.    Criar uma data fixa para eventos de formação continuada como palestrantes e cursos, sempre a mesma data, só na terça ou quinta.
10.    Envolver as pessoas, marido e filhos dos associados nos eventos dentro da entidade, chamá-los a participar na entidade, reservando para eles, inclusive, cargos e funções. Quando a família entende como é a entidade de classe, vai haver maior estímulo para evolução da entidade, que se tornará produtiva, forte, respeitada, produtiva e lucrativa.

Completou a sua palestra, destacando a representatividade dos representantes do Sistema Confea/Crea no país, Estado e município, considerando a importância do maior Conselho profissional. “O presidente do Confea precisa conversar com o ministro, com o presidente da República. O presidente do Crea precisa ser o interlocutor do governo, das instituições patronais, da Assembleia Legislativa. As entidades precisam ser interlocutor com o prefeito”, defendeu.

Ao final, o coordenador do CDER-RS, Eng. Jorge Köche, destacou o fato de permanecerem na sala o mesmo número do início da palestra, “o que comprova que estamos no caminho certo”.

Abriu a oportunidade para questionamentos e encerrou com o agradecimento aos presentes e em especial ao palestrante.

Todos já estão agendados para o próximo encontro, terça, 27 de outubro, com o tema Empreendedorismo e Sustentabilidade para Entidades de Classe.



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