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Desabamento em Brasília: escoramento imediato é unanimidade entre profissionais


Força-tarefa que elabora o plano de enfrentamento das dificuldades causadas pelo acidente. Créditos: Arquivo Confea

Uma tenda próxima ao local onde ocorreu - por volta de 12h do dia seis de fevereiro - o desmoronamento da parte Sul do Eixo Rodoviário de Brasília (conhecido como Eixão) hospedou a primeira reunião da força-tarefa que elabora o plano de enfrentamento das dificuldades causadas pelo acidente. O calculista estrutural do projeto original da rodovia (à época da construção da capital), Bruno Contarini, veio a Brasília, especialmente para compor o grupo.

O Engenheiro, de 84 anos, foi recebido por funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), da Defesa Civil, da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), da Universidade de Brasília, do Confea e do Crea-DF. Também foram convocados os engenheiros Walmor Zeredo, autor de projeto - nunca executado - de reforço da estrutura; e Pedro Almeida, professor da USP especialista em monitoração de estruturas, diagnóstico estrutural e ensaios de materiais estruturais.

 O calculista estrutural do projeto original da rodovia (à época da construção da capital), Bruno Contarini, veio a Brasília

Após diálogo intenso sobre a estratégia a ser adotada, as providências serão tomadas na seguinte ordem: escoramento, criação de desvios para pedestres e automóveis, ensaios e monitoração das estruturas, para posteriormente projetar e executar a obra de reestruturação do viaduto. 

A condução da conversa coube ao DER-DF, que informou providências de máquinas para fazer os desvios (passagens improvisadas para pedestres e automóveis). 

Contarini sugeriu que o escoramento fosse montado antes de se levantar os desvios, a fim de que a estrutura esteja preparada para receber as vibrações que ocorrerão ao redor do local do acidente quando os desvios começarem a ser ocupados pela população. “Depois será necessário fazer os ensaios, quando serão testados os aços. São aços que têm 40, 50 anos”, ressaltou. A análise desses materiais vai corroborar as decisões do projeto de recuperação do viaduto e de reforço da rodovia.

Engenheiro civil, o presidente do Confea, Joel Krüger, elucidou à reportagem do Confea que os ensaios vão verificar como está o estado de corrosão dos cabos de aço encontrados nos escombros. “A parte que caiu é uma amostra do restante da estrutura, uma vez que foi construída na mesma época”. Na fase de monitoração, será realizado, ainda, um levantamento topográfico, para verificar se a estrutura que se mantém em pé em volta à área do acidente está se movimentando. “As estruturas dilatam e contraem, de acordo com a temperatura. Normalmente se expandem de dia e se retraem à noite. A mensuração altimétrica averiguará se a estrutura está cedendo, ou seja, em colapso”, explicou Krüger.

Trabalho em equipe

Na força-tarefa, a Defesa Civil é a responsável pela evacuação da área, o DER executará o escoramento e a construção dos desvios, e a UnB fará os ensaios, utilizando equipamentos fornecidos pela Novacap. “O Bruno, o Walmor e o Pedro formam um trio de primeira linha. O que importa é isso: toda essa união, essa vontade de resolver e de acertar”, afirmou a presidente do Crea-DF, Fátima Có, durante a reunião.

*Escoramento é quando se colocam hastes/colunas de ferro para reforçar a sustentação de uma laje cujas estruturas foram abaladas. “É como colocar mais pés em uma mesa, no centro dela, para melhor sustentar o tampo”, elucidou o presidente do Confea, Joel Krüger, à reportagem do Confea.

Fonte: Beatriz Craveiro / Equipe de Comunicação do Confea

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