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Encontro aponta descompactação e correção do solo como essenciais
Créditos: Águatonica
A Associação dos Engenheiros Agrônomos de Ijuí (Apaju) reuniu associados e produtores rurais em um encontro, no dia 14 de dezembro, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), de Ijuí, que debatem a Nutrição e a Fertilidade dos Solos. Para orientar os presentes foram palestrantes o professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Dr. Vilson Klein, que abordou o tema “Qualidade física do solo sob plantio direto” e o pesquisador da CCGL-Tec Cruz Alta, Dr. Jackson Fiorin, que falou sobre “O manejo da fertilidade do solo para alta produtividade”.
Vilson Klein apresentou o solo como um reservatório de água e nutrientes, que precisa estar bem arejado para ampliar sua capacidade de absorção. “Para que esse solo esteja adequadamente arranjado ele não pode estar compactado, pois sua compactação vai reduzir espaço poroso por onde esses dois elementos poderão infiltrar”, afirma. Porém, o professor alerta que muitos solos, mesmo manejados com a técnica do plantio direto, oferecem dificuldades para a infiltração da água. “Estando o solo compactado é necessário se providenciar a descompactação e também a correção química em profundidade, principalmente para a eliminação de componentes tóxicos, como o alumínio, que não deixa as raízes crescerem em profundidade”. Para fazer isso, Klein defende a escarificação eventual do solo, mesmo em lavouras com plantio direto. “Existem equipamentos que são usados no mundo todo e que podem ser utilizados de forma muito criteriosa, é óbvio, com avaliação técnica sobre a real necessidade e a profundidade da operação, e que inúmeros estudos demonstram que não são prejudiciais à estrutura do solo, mas que vão aumentar a infiltração de água, melhorar a aeração e qualificar o plantio direto”, recomenda. “Palha sobre um solo compactado não é garantia de que não haverá erosão, porque a água vai passar por essa palha, não vai conseguir infiltrar e acabará escoando e até arrastando junto a palha acumulada”, acrescenta.
Jackson Fiorin, por sua vez, lembrou que a adubação é uma variável fundamental em uma propriedade rural, pois define o custo de produção de uma lavoura e também seu potencial produtivo. “Dentro dos desafios que nós temos hoje na busca de altas produtividades está ajustar a adubação para suprir com nutrientes, em quantidade adequada, o solo das lavouras”, afirma. Segundo ele, muitas análises de solo realizadas nos departamentos técnicos, comprovam que as correções vêm sendo feitas de forma errada.
“Ao olharmos as análises originadas em lavouras de diferentes regiões, percebemos que existe ainda um percentual muito grande de solos que apresenta carência na correção da acidez, o que faz com que as lavouras percam potencial de produção”, alerta. Fiorin ainda aponta a desatenção para alguns elementos importantes por parte dos produtores e técnicos, como por exemplo, o enxofre, cujo teor vem caindo em nossos solos. “Trata-se de um macronutriente que não recebe a devida atenção”, finaliza.
Este foi o último evento promovido pela APAJU no ano de 2017. Segundo o presidente Volney Viau, foi um ano desafiador, onde a associação buscou debater conceitos relevantes para a agronomia que por vezes acabam esquecidos pela tecnificação da agricultura. “Buscamos envolver engenheiros agrônomos, produtores rurais e profissionais de outras categorias, em discussões para promover uma agricultura mais sustentável, sem perdas de produtividade e ainda agregando valor aos produtos”, avalia. Ao longo do ano foram abordados temas como controle biológico de pragas, agricultura conservacionista, pecuária leiteira a baixo custo, além da nutrição do solo. Todos os eventos contaram com o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA-RS.
Fonte: AGUATONICA – Informação Estratégica
