Criada a Coordenadoria Nacional de Câmaras de Engenharia Florestal
Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF) reúne, por enquanto, as câmaras de Mato Grosso, Santa Catarina e Rio . Créditos: Arquivo CREA-RS
A criação da Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal (CNCEEF), em 18 de dezembro, promoverá uma importante mudança de paradigmas, bem de acordo com a expertise cada vez mais profunda, proporcionada pelo debate mundial em torno da sustentabilidade. Debate que teve como seus principais marcos, também em 2012, a Rio+20 - Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e ainda a aprovação do novo Código Florestal brasileiro (lei nº 12.651/2012). Esta ruptura de paradigmas é a expectativa dos representantes da décima Coordenadoria de Câmara Especializada dos Creas, cujo corpo profissional registrado no Sistema Confea/Crea e Mútua abrange aproximadamente 11 mil profissionais.
Criada após atender ao critério mínimo estabelecido pelo regimento interno do Confea, que prevê a participação de pelo menos três Câmaras Especializadas regionais, a Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF) reúne, por enquanto, as câmaras de Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo seus coordenadores, há a expectativa de que em breve os estados do Amazonas e de Amapá venham a se agregar a este grupo.
Segundo o coordenador da Comissão de Ética e Exercício Profissional, Eng. Eletric. Marcos Vinicius Santiago, a nova Câmara atende a uma solicitação que já tramitava no Confea há cinco anos. A criação havia sido aprovada em maio pela Decisão Plenária 0724/2012. “Ela deixa então de ter suas resoluções tomadas pela Câmara de Agronomia, participando da eleição como as demais coordenadorias, já em fevereiro, no Encontro de Representantes”, comentou então.
Resistências e atribuições
Embora a Engenharia Florestal tenha 52 anos de história no Brasil, hoje contando com cursos em 62 universidades, seu reconhecimento enquanto modalidade ainda encontra certa resistência no Sistema Confea/Crea e Mútua. Na visão do coordenador da câmara de Engenharia Florestal do Rio Grande do Sul, Eng. Florestal Luiz Elesbão, historicamente, a Agronomia tem mantido uma grande resistência em reconhecer modalidades como a Engenharia Florestal, a Engenharia de Pesca e a Engenharia Agrícola. “Esta é a grande dificuldade que a gente tem. O próprio Regimento Interno ainda não contempla a Engenharia Florestal como modalidade, embora já tenha havido câmaras no Amazonas e no Amapá, que fecharam justamente por falta de uma representatividade maior. Certamente, elas vão voltar agora. Atualmente, somos a Câmara mais antiga, no Rio Grande do Sul, com 12 anos. Já vínhamos fomentando as entidades de classe e as universidades para que se filiassem ao Sistema. Deu certo. Hoje a Engenharia Florestal é consolidada. Somos exportadores de celusose, hoje temos a maior fábrica do mundo, no Mato Grosso, (N.R: Eldorado Brasil, inaugurada em 12 de dezembro, último), então, em função da preservação permanente proporcionada pelo trabalho do engenheiro florestal, sobretudo no contexto do Novo Código Florestal, acredito que a Câmara venha em boa hora”.
O Eng. Florestal acrescenta que a principal meta da Câmara de Engenharia Florestal é apresentar à sociedade as atribuições profissionais e os currículos da Engenharia Florestal no Brasil. “Em função da sustentabilidade, dos problemas climáticos, da retirada de vegetação em lugares impróprios e das cheias frequentes em diversos lugares, precisamos mostrar que todas estas relações com o solo são atribuições do engenheiro florestal. Embora seja este o papel das entidades de classe, estas relações com a sociedade são muito debilitadas, e o Sistema agora será o braço direito para mostrar à sociedade quem é o engenheiro florestal”, considera o professor da graduação na Universidade Federal de Santa Maria.
Fonte: Confea