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CREA-RS presente na 19ª Construsul


Representantes do CREA-RS estiveram presentes à abertura da feira nesta quarta-feira . Créditos: Arquivo CREA-RS

O tom presente no primeiro dia da 19ª Construsul - Feira Internacional da Construção foi de renovação e retomada do crescimento econômico. O setor tem grande importância dentro da cadeia econômica brasileira atuando de forma impactante na geração de emprego e renda. A feira iniciou na tarde desta quarta-feira (03/08) e ocorre até sábado (06/08), no Centro de Eventos da Fenac, em Novo Hamburgo (RS) e contou com a presença de representantes do CREA-RS. Participaram o 1º vice-presidente, Eng. Civil Fernando Martins Pereira da Silva; o 1º diretor administrativo, Eng. Eletr. e Seg. Trab. João Otávio Marques Neto, e o conselheiro da Câmara de Eng. de Seg, do Trab. Nelson Burille. A Sul Eventos, empresa organizadora do evento, estima aproximadamente 65 mil visitantes. São 420 empresas expositoras em 25 mil m² de feira, além de eventos paralelos do segmento. 

CREA-RS e Senge-RS estão com estande em parceria durante a Construsul

"O empresário não vê crise, vê oportunidade. Ele não vê dificuldade e sim reengenharia interna e externa. Essa feira nesse ano representa isso tudo. Temos mais de 400 empresários que apostam na Feira e no mercado. São pessoas que têm uma visão diferente, apostam nos negócios. A região nos recebe sempre de braços abertos e esse é um momento de otimismo. Temos que olhar para frente porque o mercado da construção é sempre de longo prazo. No nosso entender as coisas já estão melhorando", afirmou o diretor da Sul Eventos, Paulo Richter. 

O representante da Assembleia Legislativa, deputado Marcel van Hattem, valorizou a realização do evento lembrando que o país passou por uma crise aguda que pode ser dividida em dois momentos.  "Vivemos uma crise severa e ver que a Construsul continua pujante e bonita é muito importante. É um evento que atrai o profissional do setor, envolvendo arquitetos, engenheiros e tantos outros. Em 2015 a crise brasileira passou por uma fase aguda com inchaço estatal e impostos que tiraram o poder de compra do consumidor que passou por uma degeneração grande. Vivemos corrupção e incompetência do setor público. Em 2016, veio o enorme desemprego. Então, sem dúvida, a Construsul é um alento. Tomara que estejam certos os que dizem que chegamos ao fundo do poço porque agora é a hora de subir", afirmou.

Os quatro dias de eventos são, também, dedicados ao desenvolvimento profissional. O vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS), Joaquim Eduardo Vidal Hass, ressaltou a importância desse trabalho com os profissionais do setor. "São ações voltadas aos arquitetos e estudantes de arquitetura e urbanismo. Temos a certeza que estamos contribuindo com isso para a retomada do crescimento econômico do país", disse. 

Sustentabilidade

Um dos assuntos mais debatidos nos eventos paralelos da Construsul foi a sustentabilidade. De acordo com o diretor executivo da AURESIDE - Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial, José Roberto Muratori, uma construção sustentável precisa consumir menos energia, ter menor custo de operação, além de ser confortável e seguro. Na sua palestra, ele destacou o conceito de "Edificação de consumo quase nulo", um projeto que visa transformar as construções na Europa à partir de 2020, mas que ainda está engatinhando no velho continente.

"O conceito da edificação de consumo quase nulo já é bem conhecido na Europa, mas eles ainda não está conseguindo colocar em prática. Foi definido, lá em 2010, que à partir de 2020, todas as construções devem ser quase nulas. Mas foi realizada uma reunião no início do ano em que se percebeu que os países ainda estão longe de conseguir avançar nesse sentido. O único país que, mesmo aos poucos, já consegue algum resultado, é a Dinamarca. Você pode perguntas: mas existe mesmo a necessidade de um projeto assim? Eu te respondo com um dado: mais de 40% da energia mundial é gasta em prédios, edifícios. Perceba que não estamos falando em indústrias, mas de moradia mesmo, prédios residenciais. Esse valor é muito elevado", explica José Roberto Muratori.

O palestrante afirma que todo prédio deveria ser quase nulo. Porém, a palavra "quase" deixa um leque muito aberto de possibilidades de desviar das ideias sustentáveis e eficientes. "Esse 'quase' deixa as pessoas à vontade para não buscar formas mais sustentáveis de trabalho. É preciso utilizar energias alternativas, como também é preciso criar uma concepção de arquitetura eficiente. Muitos edifícios possuem selo de sustentabilidade, mas muitos deles não são construções sustentáveis e eficientes de verdade. Não existe uma regulamentação para construções verdes. Então, algumas empresas fazem isso estar na moda, ou até podem querer mesmo vender algum imóvel mais sustentável. Mas quantos deles realmente conseguem entregar um produto 100%? Poucos, bem poucos. Não é má vontade, mas são muitos obstáculos para isso", avalia.

Já no cenário ideal de sustentabilidade, a construção civil deveria ser um ciclo: depois de transformar a matéria prima e construir um imóvel, esse local será utilizado e passará por diversos processos de manutenção. Depois de um tempo de uso, chega a hora da demolição. O que fazer com o descarte? O ideal é que todo esse material possa ser reciclado e reutilizado em outras construções de forma sustentável. O alerta foi dado pelo consultor de Qualidade da Associação Nacional da Indústria Cerâmica - Anicer, Antônio Pimenta, em palestra promovida pela entidade, em parceria com o Sindicato das Indústrias de Olaria e de Cerâmica para Construção no Estado do Rio Grande do Sul - SINDICER/RS.

"Hoje, o ciclo da construção civil funciona assim: as matérias primas precisam ser transportadas até a fábrica para, depois, ser encaminhadas para a construção. Essas etapas são feitas com transporte, o que é muito danoso ao meio ambiente. Depois da construção, vem a utilização do local durante muitos anos, muitas vezes com manutenções. Quando chega a hora da demolição para uma nova construção e todo processo reinicia. Mas e se conseguíssemos reutilizar esse descarte de maneira mais eficiente? O sistema perfeito seria assim. Sabemos que é praticamente impossível, mas queremos chegar ao mais próximo disso. A ideia é que os materiais passem por uma reabilitação, que possam ser reaproveitados de forma sustentável. Assim, conseguimos diminuir a quantidade de matéria prima necessária para as obras", destaca o consultor de Qualidade da Anicer, Antônio Pimenta.

O consultor explica que 40% dos resíduos sólidos gerados em todo mundo são oriundos da construção civil. No projeto sustentável, toda construção deve se adaptar ao ambiente específico na qual será realizada. "Para ser sustentável, precisa economizar recursos na construção e manutenção. Além disso, economizar energia, utilizando luz solar e climatização natural. Também deve propiciar boa habitabilidade. Esses pontos são fundamentais para a construção sustentável. Essas obras tendem a custar 12% mais para o consumidor, mas gera uma economia futura inestimável", salienta.

O tema da sustentabilidade também foi tratado no 4° Seminário de Tecnologia e Inovação da Construção Civil, promovido pelo Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Novo Hamburgo (Sinduscon-NH). "O fato de termos uma feira deste suporte em Novo Hamburgo faz com que tanto o Sinduscon-NH quanto as entidades ligadas a ele tenham a oportunidade de pesquisar, mostrar e buscar suas inovações", afirmou um dos moderadores do seminário e presidente da Associação de Arquitetos e Engenheiros Civis de Novo Hamburgo (ASAEC), Maicon Schaab.

O painel "Inovação e Segurança em Fachadas", abordou, principalmente, a eficiência energética do sistema de revestimento como uma metodologia de análise de eficiência térmica, resultando em economia de energia. As palestras também abordaram a segurança em fachadas e elementos pré-moldados. A realidade aumentada foi o principal aspecto apresentado no painel "Construção e Interação Virtual". O método permite enxergar a obra num espaço real através de um dispositivo móvel. Na ocasião, também foi apresentado o BIM (Building Information Modeling), uma plataforma que possibilita o planejamento computacional.

Ciclo de palestras SERGS

Uma fundação estável e bem elaborada é a garantia do sucesso de uma obra e a mensuração de informações é o método que possibilita prever o comportamento do empreendimento antes que as deformações e acidentes ocorram. Este foi o tema abordado no último painel que integrou o Ciclo de Palestras promovido pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (SERGS), na quarta-feira (03/08), durante a 19ª Construsul - Feira Internacional da Construção, no Centro de Eventos da Fenac, em Novo Hamburgo.

"Meu objetivo foi expôr as formas atuais de garantir a estabilidade das construções e os processos modernos atuais utilizados nas obras já existentes e as que serão construídas", explicou o palestrante, ex-professor da UFRGS e conselheiro da SERGS, Leonardo de Almeida Bernardi.

A mensuração de informações serve como uma radiografia do comportamento da obra, desde a fundação até a sua conclusão. Bernardi informou que a metodologia foi aplicada em 384 prédios em construção, possibilitando que em quatro deles fosse possível detectar que logo adiante surgiriam problemas na estrutura.

O Ciclo de Palestras contou ainda com os painéis "Futuro da Energia Fotovoltaica e sua integração com a construção civil"; "Revestimentos cerâmicos - Orientação quanto a execução - principais causas de quedas"; e, "Inovação em canteiros de obra - os ‘sótãos voadores’".

BIM - Building Information Modeling

A utilização do BIM (Building Information Modeling) na elaboração de projetos de construção tem crescido consideravelmente no mercado. O processo de trabalho foi um dos temas abordados durante o AsBEA TEC - Técnicas e Soluções. 

Entre os benefícios do BIM estão a coordenação espacial; visualização do projeto arquitetônico; melhor compreensão e qualidade do projeto; e, medições de material e mão de obra.O evento promovido pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) contou com as palestras "Normas de desempenho: evoluções na rotina dos escritórios" e, "Sustentabilidade: eficiência energética aplicada em projetos inovadores".

Automação

Automação, integração dos diversos sistemas da casa, é um dos destaques da 19ª Construsul. Pela primeira vez, a Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside) se faz presente na feira, apresentando soluções para construtores, arquitetos e projetistas. Até sábado (06/08), a Ilha de Automação reunirá oito expositores e promoverá, também, mini cursos ao público que prestigiar a 19ª Construsul.

Construsul

A Construsul segue nesta quinta-feira (04/08) e abre as portas à partir das 14h. O evento ocorre até sábado (06/08), no Centro de Eventos da Fenac, em Novo Hamburgo (RS). O credenciamento é gratuito e pode ser realizado no site www.feiraconstrusul.com.br.

Redação: Marcelo Matusiak, Mariana da Rosa e Francine Malessa
Coordenação: Marcelo Matusiak 

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