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Soluções para o desafio da qualidade do ar em ambientes coletivos
Profissionais de áreas da Engenharia e medicina falam como equipamentos e instalações adequadas ajudam a evitar problemas . Créditos: Arquivo CREA-RS
Conviver em ambientes fechados pode não ser nada bom para a saúde se não houver um correto projeto ou manutenção do sistema de climatização. O assunto foi abordado durante o Seminário sobre Normas e Procedimentos para Instalações de Climatização em Ambientes de uso Coletivo, nesta sexta-feira (09/11). Promovido pelo CREA-RS em parceria com a Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Aquecimento e Ventilação (ASBRAV) e a Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio Grande do Sul (SPTRS), o objetivo foi discutir normas e procedimentos para instalação de equipamentos com os Engenheiros Ricardo Vaz e Cesar De Santi, e a saúde dentro desses ambientes com o médico pneumologista, Carlos Nunes Tietboehl Filho.
Na abertura o presidente da Asbrav, Luiz Afonso Dias, destacou a importância do evento no sentido de conscientizar os profissionais e empresas da necessidade de uma legislação mais rigorosa. "Temos apenas resoluções, o que enfraquece a fiscalização do setor", ressalta, chamando a atenção para o público presente que, segundo ele, é formado também por usuários, gestores, representantes de órgãos e empresas. "É um público que pode nos auxiliar a construir um plano de climatização, fiscalizando para que os nossos profissionais e empresas executem as melhores práticas. Nós, da Asbrav, procuramos promover treinamentos para conscientizar e lutar por uma legislação mais específica", exaltou.
O presidente do CREA-RS deu as boas-vindas ao público presente. "São eventos como este que mostram que as atribuições dos profissionais da área tecnológica são importantes em todas as atividades da sociedade, para garantir a sua segurança. E o CREA-RS é parceiro para mostrar essas boas práticas", reconheceu. Coordenador nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Industrial, o Eng. Mecânico e de Segurança do Trabalho Paulo Deni Farias também ressaltou o problema da falta de legislação que, segundo ele, dificulta a fiscalização. "Para a segurança e o bem-estar da sociedade, as entidades precisam unir forças em busca de avanços na lei, assim como conseguimos na questão da manutenção e inspeção predial, que foi assinada pelo prefeito José Fortunati", incentivou, salientando ainda que essa discussão é essencial em todo o Brasil, pois envolve a nossa saúde.
Foi exatamente esse o tema do primeiro palestrante, Dr. Carlos Nunes Tietboehl Filho, médico pneumologista e coordenador do Departamento de Pneumopatias Ocupacionais e Ambientais da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do RS. Em “Promovendo a Saúde em Ambientes Internos de Uso Coletivo”, o Dr. Carlos afirmou que a sua função é investigar as causas das alergias. “Para isso, é importante monitorar e avaliar os efeitos da exposição ambiental sobre a saúde dos pacientes, conhecendo o seu dia a dia”, afirmou. Segundo ele, um dos maiores indutores à alergia respiratória são os ácaros da poeira e os fungos internos. “A falta de manutenção adequada dos aparelhos de ar condicionados também é um grande vilão desse tipo de problema”, explicou, citando ainda a Síndrome dos Edifícios Doentes, onde aponta que 30% dos prédios modernos têm problemas ambientais, com a proliferação de micro-organismos e crescimento de ácaros.
Já o projetista de Climatização e Ventilação da Engemestra, Eng. Mecânico Ricardo Vaz, membro do Conselho Deliberativo da Asbrav, abriu o painel sobre as Normas e os Procedimentos para Instalações de Climatização em Ambientes de Uso Coletivo, no qual ressaltou que é importante diferenciar as normas dos aparelhos de uso coletivo para os que não são residenciais. “O ar interior pode ser dez vezes mais poluente do que o exterior”, alega, citando como consequência a sonolência das pessoas. “Grande ventilação gera maior rendimento, no caso das escolas”, exemplifica, salientando ainda que os split são mal usados devido à falta de informação.
Em sua palestra, o Eng. Mecânico Cesar de Santi, diretor da Enge Representações Técnicas Ltda., abordou a questão da filtragem de ar, apontando como um item importante para a saúde das pessoas. “Este investimento não é um gasto, mas uma proteção para o usuário final”, aponta. Para ficar por dentro do conteúdo completo das palestras, acesse www.crea-rs.org.br. Estavam presentes o 2º vice-presidente do CREA-RS, Eng. Industrial-Mecânica Ivo Germano Hoffman; o 1º diretor financeiro Eddo conselheiros e representantes de entidades, além dos analistas da Câmara de Engenharia Industrial.
