CREA-RS e MP se unem contra o uso excessivo de Agrotóxicos
Na foto, Eng. Agr. Artur Pereira Barreto, Dra. Annelise Steigleder e Eng. Agrônomos Mauro Cirne e Juarez Morbini Lopes. Créditos: Arquivo CREA-RS
Uma comitiva, composta pelo coordenador nacional das Câmaras de Agronomia, Eng. Agrônomo Juarez Morbini Lopes, pelo conselheiro Eng. Mauro Cirne e pelo 2º diretor financeiro do CREA-RS, Eng. Agrônomo Artur Pereira Barreto, se reuniu na sexta-feira (26) com a Dra. Annelise Steigleder, da Promotoria da Justiça - Meio Ambiente de Porto Alegre, para a entrega de um documento, que mostra a necessidade de uma intervenção do Estado no sentido de garantir alimento seguro à população. “Estamos dando continuidade ao resultado do Encontro Gaúcho de Agrotóxicos, Receituário Agronômico e Alimento Seguro, que realizamos entre 12 e 13 de setembro, na Assembleia Legislativa, com a participação de 515 pessoas. Vários participantes nos cobram sobre o encaminhamento do documento que resultou do evento, já que entendemos que nenhuma atitude objetiva foi tomada até agora por parte do Ministério Público”, explicou o Eng. Mauro Cirne. Segundo ele, no Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), realizado pela Anvisa em 2010, já mostravam que, das 102 amostras de produtos agrícolas do Estado analisadas, 26% apresentaram resultados insatisfatórios, como alface, couve, cenoura, morango, pepino e pimentão. “Estamos aqui formalizando um documento porque sabemos que o MP pode ser a solução-chave para a implantação no Rio Grande do Sul de um Sistema de Monitoramento de Resíduos de Agrotóxicos com Rastreabilidade para garantir alimento seguro à população do Estado”, destacou, defendendo ainda a punição do uso indevido dos agrotóxicos, tanto para os comerciantes, os agricultores e os responsáveis técnicos. “Também é necessário realizar eficiente fiscalização do uso dos agrotóxicos e do Receituário Agronômico de forma a investigar e mapear os produtos em uso no RS. O que é mais grave é que, com a baixa escolaridade nos espaços rurais, os agricultores não percebem os riscos dos agrotóxicos para a saúde e o meio ambiente”, insiste.
Para a Dr. Annelise, uma das palestrantes do evento promovido pelo CREA-RS, outra questão preocupante é com relação à contaminação do solo, pois conforme a Resolução 420 os Estados devem apresentar, até 2014, relatório de padrão de qualidade de solo. “Não vejo nenhuma discussão a respeito dessa questão. É preocupante, por exemplo, a pulverização dos agrotóxicos, levando em conta a contaminação do solo e das águas”, avaliou a promotora, que se comprometeu a repassar o material para o setor do consumidor do MP, para que juntos atendam à demanda solicitada pelo Conselho gaúcho. Uma nova reunião ficou marcada para o dia 09 de novembro para dar agilidade ao processo.