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Fórum debate sustentabilidade do sistema produtivo do leite


Evento organizado pelo Colégio Teutônia e parceiros reuniu cerca de mil pessoas em dois dias de palestras e exposição agropecuária. Nos dias 18 e 19 de setembro o Colégio Teutônia e parceiros promoveram o 6º Fórum Tecnológico do Leite, cujo tema deste ano foi “Sustentabilidade do Sistema Produtivo do Leite”. O evento ocorreu nas dependências do educandário e reuniu cerca de mil pessoas, entre produtores, estudantes, técnicos, profissionais da área e comunidade, vindos de municípios do Vale do Taquari, Rio Pardo e Caí. Foram dois dias de palestras, troca de experiências e exposição agropecuária, programação que marcou as comemorações pelo Dia Estadual do Leite em Teutônia, celebrado anualmente na terceira quarta-feira do mês de setembro.
Na solenidade de abertura, o diretor Jorge Trentini frisou o compromisso assumido pelo Colégio Teutônia há 60 anos na formação de profissionais técnicos capacitados e preparados para o mercado de trabalho. “O evento de hoje é mais uma importante ação da escola na qualificação dos profissionais técnicos e que envolve toda comunidade, focando a sustentabilidade econômica, social e ambiental”, disse.
O secretário estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, também prestigiou o evento e destacou a importância do fórum e do tema proposto. “A sustentabilidade deve nortear as ações de todo cidadão no seu dia-a-dia. O debate sobre os modelos de produção é de fundamental importância e um grande desafio para a sociedade”, comentou, acrescentando que as escolas técnicas devem avançar na formação de agricultores. “É primordial que, em conjunto, possamos desenvolver ações que estimulem a permanência do jovem no campo. Um fórum como este é um grande passo para discutirmos a sustentabilidade da agropecuária e nada melhor que ocorra numa escola da região do Vale do Taquari, sempre acima da média na produção leiteira. O período para esta discussão é oportuno, pois vivemos um bom momento para produção leiteira no Estado, mas ainda assim não estamos livres de crises do preço do leite em períodos futuros”, afirmou o secretário.
Falando em nome das cooperativas parceiras, o presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, destacou o perfil empreendedor dos produtores do Vale do Taquari. “Vivemos numa região diferenciada no que tange à produção agrícola. Se há alguns anos buscávamos tecnologias no exterior, hoje passamos a ser referência para comitivas europeias e de outras regiões do mundo que querem conhecer nosso modelo de sustentabilidade da pequena propriedade rural. Nesse contexto, o leite é muito importante para produtores de Teutônia e região”, ressaltou.
O 6º Fórum Tecnológico do Leite foi realizado pelo Colégio Teutônia, com apoio da Fetag/RS, Associação dos Engenheiros Agrônomos do Vale do Taquari (ASEAT), Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA), Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (Programa Leite Gaúcho), Emater/RS e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Teutônia (STRT). Contou com o patrocínio de Nutrifarma, Languiru, Prefeitura de Teutônia, Sicredi, Banrisul e Certel Energia.
Perspectivas e desafios da cadeia produtiva do leite
A primeira palestra do 6º Fórum Tecnológico do Leite ocorreu na noite de terça-feira com o tema “Perspectivas e desafios da cadeia produtiva do leite”, proferida pelo coordenador técnico da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativo do Rio Grande do Sul, Ivan Bonetti.
Na ocasião o palestrante enfatizou que o Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de leite do Brasil, equivalente a 11% do país, com cerca de 450 municípios com produção de leite. “Hoje existem aproximadamente 120 mil produtores de leite no Estado. No ano de 2010 chegamos a 1,49 milhão de vacas ordenhadas, alcançando 3,93 bilhões de litros de leite produzidos ao ano em 2011. Conforme o Sindilat, a industrialização em 2012 deverá ser de aproximadamente 4,4 bilhões de litros, crescimento de 8% na captação do leite”, apresentou.
Desse montante, o mercado gaúcho consome apenas 40% do leite e seus derivados. Segundo pesquisa realizada por empresa fornecedora de embalagens de leite longa vida, existem 2,7 bilhões de novos consumidores de produtos lácteos nos países em desenvolvimento, especialmente na China, Índia, Indonésia, Brasil, Paquistão e              Quênia.
“Da produção de leite gaúcha, o leite cru é o produto final mais processado pelas indústrias, ultrapassando 1,9 bilhões de litros, seguido pelo leite UHT com 1,16 bilhões de litros. O doce de leite contabiliza 7,4 milhões de quilos fabricados anualmente e a manteiga, o queijo ralado, o iogurte e o soro do leite em pó somam 19,2 milhões de litros produzidos no Rio Grande do Sul”, exemplificou Bonetti.
Finalizando, entre os principais pleitos para uma melhor estruturação na atividade agrícola, o palestrante frisou a redução nas importações de lácteos, principalmente leite em pó dos países do Mercosul, para as quais não existem cotas de importação nem períodos determinados do ano.
Homeopatia veterinária
Na manhã de quarta-feira os trabalhos foram retomados com a palestra “Homeopatia veterinária”, apresentada pelo representante da Emater/RS, Jorge Lunardi. O foco da discussão esteve em cuidados com a saúde animal, qualidade de produção e saúde humana.
Há muito veneno circulando na vida e na sensibilidade das pessoas. Precisamos que os produtores rurais busquem orientação de responsáveis técnicos para que não ingressem num ciclo de morte e pobreza. Fujam dos venenos e saibam que em vacas de leite podemos eliminar praticamente todos os químicos”, alertou.
Para Lunardi, as pessoas de um modo geral estão usando e abusando de remédios e venenos. “Precisamos buscar cada vez mais o conhecimento sobre plantas medicinais. Posso afirmar que a alternativa realmente funciona e, por vezes, até mais rápido do que os químicos. As plantas medicinais dão sustentação à vida”, afirmou.
Na oportunidade o palestrante ainda apresentou diferentes usos para plantas medicinais e algumas peculiaridades. “Nas plantas medicinais não há apenas princípios ativos, mas também muita energia, por isso elas são de fundamental importância. Na agropecuária, em especial na produção leiteira, precisamos buscar formação e ter senso de observação dos animais”, concluiu.
Normativa 62 – Gestão e qualidade do leite e o desenvolvimento da cadeia
Ainda na parte da manhã ocorreu a palestra “Normativa 62 – Gestão e qualidade do leite e o desenvolvimento da cadeia”, com Lauro Bernardi, também da Emater/RS.
“Leite é uma atividade que afirma valores da agricultura familiar, como tranquilidade, convívio social, mesa farta e sadia, patrão de si mesmo, ambiente sadio e diversificado, além de potencial empreendedor, tudo isso resumindo-se em qualidade de vida”, iniciou sua palestra.
Bernardi enfatizou que a produção de leite no Brasil cresce em média 4% ao ano, enquanto que no mundo esse crescimento anual chega a no máximo 2%. “O Brasil é visto como uma grande potência na produção de leite, contamos com uma vasta base produtiva, e esta é nossa maior riqueza, que gera empregos e distribuição de renda”, afirmou.
Conforme tabela apresentada, o Brasil está atrás apenas de Estados Unidos, Índia, China e Rússia no volume produzido, mas com expectativa de crescimento ao ano, até 2019,  superior a esses países, atrás apenas da China e muito próximo da Índia.
Num cenário para o Estado, Bernardi afirmou que a indústria gaúcha de laticínios deve encerrar 2012 com crescimento de 8% na captação de leite, com a industrialização chegando a 4,4 bilhões de litros, mas ainda assim a capacidade ociosa ficaria na faixa de 40%. “O Brasil tem grande potencial para ser um dos maiores produtores mundiais de lácteos e para esse mercado, qualidade e sanidade são questões vitais. Hoje há mais demanda do que oferta no país, no Estado e na região, portanto, o leite é um produto seguro em termos de mercado. A consolidação da indústria láctea no Brasil traz velocidade às necessidades de profissionalização do produtor. As oportunidades são extraordinárias, porém não são dadas: a lição de casa precisa ser feita”, encerrou.
Fonte: Colégio Teutônia

 

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