Engenheiro civil Murilo Reis abordou o Sinapi. Créditos: ArtFoto Produtora/Confea

quarta, 16 de outubro de 2024

No quarto e último dia da programação da Ilha Conexões, os participantes da 79ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) puderam conhecer mais sobre Inteligência Artificial, cidades inteligentes e o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinap).     

A primeira palestra começou com o eng. civ. Murilo Reis, que destacou a relevância do Sinap, criado pela Caixa Econômica Federal, para a realização de orçamentos em obras públicas. “O Sinap atua como um balizador de preços, essencial para evitar superfaturamento, e todo orçamento público deve ser baseado nessa ferramenta”, explicou. Reis também abordou a importância da atualização contínua dos profissionais da engenharia, mencionando as dificuldades encontradas na busca por cursos que ensinem boas práticas no uso do Sistema Nacional de Pesquisa.

Reis detalhou inovações como os cadernos técnicos do Sinap, que oferecem orientações para o cálculo de quantitativos de serviços e detalhamento dos custos de mão de obra. “Desde 2014, os encargos complementares estão incluídos no Sistema, mas muitos ainda desconhecem essa informação. Para os jovens e profissionais presentes na palestra, Reis deixou um aviso sobre a importância da capacitação contínua, destacando que o mercado demanda profissionais bem treinados e que a busca por conhecimento deve ser um esforço individual para se tornarem referências no setor.”

Inteligência Artificial
Na apresentação sobre Inteligência Artificial (IA), o eng. civ. Eduardo Cavalcanti destacou a importância da IA na engenharia, ressaltando que seu uso remonta à década de 50. No entanto, a verdadeira revolução ocorreu em 2022 com o surgimento da inteligência artificial generativa. Eduardo enfatiza que os profissionais precisam adotar essa tecnologia como um "copiloto" em suas atividades, pois isso aumenta sua capacidade de escalar e competir no mercado. Ele trouxe diversas tecnologias do futuro, incluindo robótica e treinamento de agentes de IA generativa.

Eduardo também falou sobre a relevância do evento em que está participando, classificando-o como o mais importante do setor no ano e destacando seu nível internacional. Ele encorajou todos os profissionais da engenharia, independentemente de seu nível de experiência, a participarem de eventos como este, pois estão repletos de inovações que podem transformar suas carreiras. A troca de conhecimento e as palestras oferecidas são vistas como oportunidades valiosas para impulsionar o desenvolvimento profissional na área.

Cidades inteligentes
Raquel Cardamone, especialista em cidades inteligentes, explanou sobre como essas cidades utilizam sua infraestrutura e recursos de maneira eficiente para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Cardamone diz que isso envolve a gestão eficaz de áreas como saúde, mobilidade, segurança e educação. Por exemplo, cidades inteligentes implementam sistemas de transporte público mais eficientes, monitoram acidentes para melhorar a infraestrutura e utilizam dados para entender e reduzir a criminalidade. Além disso, promovem a resiliência, implementando medidas de prevenção a desastres naturais.

“No Brasil, cidades como Salvador e Curitiba, já têm iniciativas de cidades inteligentes, com Salvador sendo reconhecida por sua certificação em indicadores de sustentabilidade e prevenção de catástrofes”, exemplificou Cardamone.

A especialista também cita Curitiba por suas revitalizações urbanas que fomentam o empreendedorismo. “O foco das cidades inteligentes é sempre o cidadão, buscando soluções que melhorem sua qualidade de vida, e os engenheiros têm um papel importante na aplicação desses conceitos para enfrentar os desafios urbanos, que são comuns tanto no Brasil quanto globalmente, especialmente devido à rápida urbanização”, finalizou Raquel.

Reportagem: Narah Braga (Crea-RO)
Edição: Julianna Curado (Confea)
Equipe de Comunicação da 79ª Soea
Fotos: ArtFoto Produtora/Confea