Capacitação feminina na construção civil: inclusão e representatividade
Discussões reforçam a importância de qualificação e apoio para ampliar a atuação das mulheres no setor . Créditos: ArtFoto Produtora e Cacto Comunicação/Confea
A representatividade feminina na área da engenharia foi o foco central do painel realizado nesta terça-feira (8), no Auditório Costa do Descobrimento, durante a 79ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea). Com a participação de lideranças do setor e especialistas, o evento abordou a necessidade de ampliar a capacitação das mulheres e criar uma rede de apoio para fortalecer sua presença no mercado de trabalho.
Abrindo o painel, Bia Kern, fundadora do Instituto Mulheres em Construção, destacou a importância de oferecer capacitação e oportunidades para mulheres na construção civil. “Vamos ensinar nossas mulheres e compartilhar com elas o que sabemos fazer. Sempre que capacitamos alguém, todos ganham: a profissional, a empresa e a sociedade. Além de ser gratificante como pessoa, esse crescimento é coletivo”, afirmou. Bia também apresentou o Projeto Regenera RS, desenvolvido no Rio Grande do Sul após as enchentes que atingiram a região. “O projeto visa capacitar a população e, no nosso caso, prioritariamente mulheres, ampliando suas chances de inserção no mercado com uma nova profissão. Até o momento, já qualificamos 300 pessoas, impactando mais de 100 famílias. Agora, vamos iniciar uma nova etapa com mais 2 mil mulheres”, ressaltou.
Na sequência, a engenheira civil e influenciadora digital Lulu Magalhães enfatizou a importância de criar ações de inclusão para mulheres recém-formadas na engenharia. “Temos muitas mulheres que se formam, mas não conseguem seguir na área. Precisamos de iniciativas que promovam treinamento para que elas adquiram segurança e domínio, além de criar oportunidades para as próximas gerações e construir uma rede de apoio sólida”, pontuou Lulu, que tem utilizado suas redes sociais para promover a representatividade feminina no setor.
O painel também contou com a participação da engenheira civil e de segurança do trabalho Márcia Luna, que abordou os impactos do saneamento básico na vida das mulheres. “Implementar o saneamento básico é uma necessidade urgente, que impacta diretamente a vida das mulheres. Precisamos ocupar os espaços públicos e privados, colocando nossa voz e buscando formas de transformar projetos do papel em realidade, para que a sociedade possa receber resultados concretos do que temos a oferecer”, disse Márcia. A engenheira destacou ainda que o evento é um espaço de reflexão e ação, e que é fundamental que as mulheres assumam protagonismo nas pautas de infraestrutura.
Mediando as discussões, a engenheira civil, sanitarista, ambiental e conselheira federal Carmen Lúcia Petraglia apresentou os resultados do Programa Mulher do Sistema Confea/Crea e Mútua, que já vem promovendo ações de inserção de mulheres em diversas frentes da engenharia. “Daqui para frente, precisamos ampliar o que já está sendo feito e expandir ainda mais nossa atuação. Já estamos fortes, mas o mais importante agora é inserir as mulheres nas profissões do futuro”, afirmou Carmen, reforçando que as ações de apoio devem continuar evoluindo para consolidar a presença feminina no mercado.
O painel evidenciou a necessidade de construir uma rede de apoio entre profissionais e entidades para promover a equidade de gênero nas áreas tecnológicas. As iniciativas apresentadas mostraram como a capacitação e a criação de oportunidades podem transformar não só a vida das mulheres, mas também contribuir para o desenvolvimento social e econômico do país.
Reportagem: Dhiogo Bottacin (Crea-ES)
Edição: Julianna Curado (Confea)
Equipe de Comunicação da 79ª Soea
Fotos: ArtFoto Produtora e Cacto Comunicação/Confea