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Diálogo técnico reúne CREA-RS e Fraport


Na pauta a engenharia na retomada do aeroporto. Créditos: Arquivo CREA-RS

Na sexta (02), uma delegação do CREA-RS, liderada pela presidente, Eng. Amb. Nanci Walter, foi recebida, no Aeroporto Salgado Filho, pelo diretor de Infraestrutura & Manutenção da Fraport Brasil, Eng. Mec.  Cássio Gonçalves. O orgulho de ser engenheiro, a importância da profissão na reconstrução do estado e na retomada do Aeroporto Salgado Filho, além do cuidado com as informações técnicas corretas foram destaque no encontro institucional.

Também estavam presentes o diretor de comunicação, Rafael Guerra; o Eng. Civil Régis Carvalho, diretor da empresa RoadRunner, responsável pelos projetos de pavimentação do aeroporto. Pelo CREA-RS, o Eng. Civ. Marcelo Saldanha, coordenador técnico do Programa Reconstruir-RS; o Eng. Prod. Mec. Fabio Chaves, gestor institucional; a gerente de Convênios Externos, Eng. Fltal Miriam Souza; e chefe do Núcleo de Fiscalização, Alessandra Borges.

Representantes da Fraport e a delegação do CREA-RS

O Aeroporto Internacional Salgado Filho foi alagado pela enchente que atingiu a capital e fechou as portas no dia 3 de maio. A pista do aeroporto de Porto Alegre ficou submersa por mais de 20 dias, fato inédito na aviação mundial e que demanda a análise rigorosa dos danos causados pelas águas.

Com a capital impossibilitada de receber aviões, a Base Aérea de Canoas, na Região Metropolitana, passou a funcionar como pista de pousos e decolagens de voos comerciais ainda no final de maio. Já o terminal do Salgado Filho foi reaberto em 15 de julho, apenas para as operações de embarque (check-in) e desembarque – os voos seguem em Canoas. Os aviões comerciais devem retornar ao Salgado Filho em 21 de outubro, conforme pedido da Fraport ao governo federal.

A partir da esq. Eng. Amb. Nanci Walter,  Eng. Mec. Cassio Gonçalves, Eng. Civ. Regis Carvalho e o diretor de Comunicação Rafael Guerra

O protagonismo da engenharia nesta retomada foi unânime durante toda a reunião entre todos os participantes. Para a presidente Eng. Nanci, é importante ir adiante, e encontrar as melhores soluções técnicas para garantir realmente a segurança do retorno dos voos no aeroporto.

Aproveitou para falar do Projeto Reconstruir-RS, com ações em municípios durante as enchentes, visando contribuir com a elaboração de laudos técnicos para que as cidades obtenham os recursos necessários para a reconstrução.

CREA-RS presente onde tem engenharia

“Estamos aqui também para colaborar com informações sobre responsabilidade técnica e divulgar as novas tecnologias que estão ajudando a viabilizar a volta o mais rápido possível do nosso aeroporto, que é a porta de entrada de desenvolvimento e de investimento”, destacando a tecnologia Falkorr, inovação no Brasil na área de pavimentos e que chamou a sua atenção por ser uma solução técnica para a retomada do aeroporto. "É um orgulho para o Estado", completou.

O Eng. Civil Régis Carvalho, diretor da empresa RoadRunner, responsável técnico pela parte de pavimento, ressaltou as ações que foram colocadas em prática quando o pavimento ainda estava totalmente submerso. “Não esperamos a água baixar para começar a planejar os testes, mapear, mas estávamos elaborando todos os tipos de ensaios desde o começo de maio. Quando tivemos condições de acessar a pista, voltamos a fazer os testes, mas tudo estava definido, os planos de ensaios, as empresas a serem contratadas. Estava tudo preparado”, contou.

Escadas rolantes e elevadores em funcionamento

Complementando, o Eng. Mec. Cássio Gonçalves afirmou que tudo começou no dia 2 de maio. “Percebemos que a situação era irreversível. A partir disso, começamos a proteger o máximo possível da infraestrutura, como subestação, novos equipamentos e o que fosse possível da infraestrutura do aeroporto. Começamos uma ação bastante complexa de religação de energia elétrica, água, gerador de algumas toneladas para viabilizar a permanência de algumas pessoas aqui dentro”, afirmou.

“No dia 6, já estava em São Paulo discutindo com as construtoras e nossos principais parceiros a reconstrução do aeroporto. Portanto, a água ainda estava subindo e nós já estávamos desenhando a retomada”, ressaltou.

“Fizemos um trabalho de ensaios intensivos e conclusivos que apontaram a extensão dos danos, como o fato de 75% da pista ter ficado submersa”, detalhou.

A tragédia, todos reconheceram, acabou também trazendo grandes desafios para a Engenharia. “Mas também a oportunidade de encontrar as melhores soluções técnicas. Mudaram-se os cálculos”, refletiu o Eng. Régis.

De acordo com a Eng. Nanci, a engenharia precisa começar a falar mais sobre isto. “As perdas de estradas ou pontes não aconteceram porque os projetos estavam errados, mas porque os cálculos mudaram, perdem a validade”, ensinou.  

O grande número de profissionais do Sistema Confea/Crea envolvido na retomada do aeroporto também foi destacada pelo diretor de Comunicação da Fraport. “Profissionais de diversas modalidades foram contratados para dar a sua contribuição no processo, trazendo conhecimento relevante, mas também tendo uma grande experiência”, apontou.

“Somente na engenharia de pavimento, acho que já reunimos mais de 20 profissionais envolvidos nos estudos de recuperação da pista, como a equipe interna da Fraport, as universidades que participaram do processo, empresas que fizeram os ensaios de laboratório terceirizadas e que tinham equipamentos disponíveis, profissionais de outros países, estados”, afirmou o Eng. Régis.

O conhecimento técnico e o acervo técnico foram destaques na fala a Eng. Amb. Nanci Walter. “A ART não é uma taxa de arrecadação, mas sim um fator determinante em uma licitação o acervo do profissional e a sua contratação. É importante ainda que os profissionais que estão em cargos de liderança se apresentarem com engenheiros”, sugeriu.

Diretor de Infraestrutura e Manutenção da Fraport, Eng. Mec. Cássio Gonçalves

O diretor de infraestrutura da Fraport ressaltou ainda que tudo o que aconteceu trouxe muito aprendizado. “Teremos um centro de pesquisas aqui dentro”, relatou.

“Desde o início, estamos tendo muito responsabilidade técnica. E vamos continuar contratar os melhores do mercado, as parcerias com as melhores universidades, acionar os fabricantes para laudar os nossos equipamentos. Vamos zelar pela qualidade da análise e do diagnóstico”, apontou.

As obras da pista

Para a Eng. Nanci, toda decisão técnica passa na garantia da segurança. “É importante mostrar que por trás de todo este trabalho não existe apenas uma máquina, mas também um profissional habilitado e responsável”, destacou.

A visita finalizou em uma área onde foi possível ver as obras na pista do aeroporto.


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