
Sistema de Governança é instalado e apresentado aos funcionários do CREA-RS

Eng. Nanci Walter faz a abertura do evento de instalação do Sistema de Governança do CREA-RS Gestão 2021/2023. Créditos: Arquivo CREA-RS
Na tarde desta terça (27), os funcionários do CREA-RS participaram da instalação do Sistema de Governança do CREA-RS – Gestão 2021/2023 para o período 2021/2024. Aberto pela Eng. Ambiental Nanci Walter, presidente do CREA-RS, o evento contou com a participação especial do Eng. Civ. e Adv. Dr. Dagoberto Lima Godoy, que falou sobre a importância e os desafios dos projetos de Governança pública.
Abrindo o encontro, que reuniu mais de 150 funcionários, a presidente Nanci enalteceu o fato de falar coisas boas. “É com muita honra que recebemos o nosso convidado que irá somar e qualificar a nova maneira de enxergar o CREA-RS e ter o Conselho que todos nós queremos. Todos são parte de tudo isto. Os profissionais têm uma visão diferente do seu Conselho e tenho uma visão crítica. Por isto que me coloquei como um desafio. Não quero ser a presidente que vai fazer história, mas quero que as nossas ações fiquem para melhorar e fazer uma instituição melhor. Vamos implementar hoje um projeto de governança e trouxemos a experiência de alguém que já implantou a governança em várias instituições. Não vamos implementar sozinho. Todos vão estar interligados. Não só do nosso CREA, mas de todos”, detalhou.
Aproveitou para agradecer a todos, ressaltando que as conquistas serão de todos. “Será uma oportunidade para colocar em prática aqueles projetos engavetados, será um momento de resgatar o sentimento de pertencimento de todos”, justificou.
Com o registro profissional n. 2.463, o Eng. Civ. e Adv. Dr. Dagoberto Lima Godoy começou a sua palestra se autodenominando um cliente do CREA-RS.
Parabenizou à presidente pela iniciativa, que, segundo ele, o programa precisa ter interesse social, com foco no resultado e no objetivo. “As instituições públicas precisam atender ao interesse público”, apontou. Falou ainda sobre gestão de risco. “Os obstáculos precisam ser previstos para alcançar os objetivos”, destacou.
Conhecedor do Sistema Confea/Crea, o Eng. Dagoberto lembrou da missão do CREA-RS, garantir que profissionais técnicos e habilitados sejam responsáveis por obras.
Ressaltou o conceito de habilitação. “A missão do CREA-RS deveria ser profissionais tecnicamente habilitados. Portanto, é um órgão de fiscalização e de aprimoramento, destacando qualidade e eficácia”, avaliou.
“Na minha visão, creio que tudo isto pode contribuir para a qualidade técnica do profissional habilitado, para que a sociedade realmente possa estar segura com as atividades dos profissionais do Sistema Confea/Crea”, afirmou.
De acordo com ele, neste caminho, o CREA gaúcho enfrenta quatro desafios, como a qualidade dos cursos da Engenharia e Agronomia. “Deficiências preocupantes, como atualização tecnológica. A maior parte dos profissionais está desatualizada, porque aumentou a proliferação de cursos sem condições de oferecer uma formação adequada em tecnologia e em habilitação dos profissionais, como o Ensino a Distância, muitas vezes sem conteúdo adequado”, destacou, lembrando ainda que a ética deve ser parte integrante da formação profissional.
Outra questão preocupante para ele é a tendência da desregulamentação dos serviços públicos. “Esta proposta de emenda constitucional aponta para um horizonte mais sombrio para o Crea como entidade, como instituição”, revela.
Como terceiro ponto, citou como o CREA é visto por seus clientes. Para isto, separou duas declarações para ilustrar melhor o seu pensamento. Uma delas é de José Pastore: “os conselhos profissionais continuam numa posição muito cômoda de receber, sem a obrigatoriedade de prestar serviços aos seus filiados, a não ser aplicar punições, suspender o exercício das profissões e até mesmo cassar os direitos garantidos pelos diplomas das escolas e faculdades que cursaram”.
A outra é da bibliotecária Adelaide Amaral, conselheira federal do Conselho de Biblioteconomia: “Os Conselhos desempenham papel fundamental, mas existe muito desconhecimento do que significa o seu Conselho. De qualquer forma, o profissional não deixa de ter razão, porque as ações dos valores pagos devem ser devolvidos à sociedade”, questionou.
Com estas duas citações, o Eng. Dagoberto enfatizou o quarto ponto, crise brasileira com relação ao corporativismo, que é um fator de desagregação. “Servidores públicos conquistam trabalhos muito superiores, empresários conquistam muitas vantagens, como subsídios. O mesmo acontece com o Legislativo, que fragmenta cada vez mais em bancadas setoriais, tornando-se apenas grupos em defesa de interesse próprio”, lamentou.
Para ele, é fundamental que o Sistema Confea/Crea se volte para a capacitação dos profissionais, para o aprimoramento de seus serviços. “O CREA é uma instituição responsável para levar à sociedade, que não é uma demanda legal, mas também a sua segurança”, destacou, ressaltando que é preciso afastar o estigma de corporativista, “seja pelos membros dos Conselhos ou vistos como ausentes da sociedade”.
Para isto, segundo o engenheiro, é necessário contribuir com cursos de formação. “Avaliar os cursos, dar méritos, aprimoramentos. Existem recursos para isto, para ter como meta a capacitação dos profissionais registrados pelo CREA”, enumerou.
Antigo e fiel cliente do CREA, segundo usas palavras, o engenheiro gostaria que este plano de governança trouxesse o sucesso do CREA-RS, “sendo assim o sucesso dos serviços prestados à sociedade”, finalizou.
A presidente do CREA-RS, Eng. Ambiental Nanci Walter retomou a palavra, agradecendo o compartilhamento da experiência tão bem-sucedida em órgãos como Sistema Fiergs, Senai.
Para a Eng. Nanci, o CREA também precisa se reinventar, buscando fazer o seu tema de casa, para implantar o projeto de governança. “As nossas conversas precisam ser institucionais. As críticas ao Conselho são duras, mas todos cobram que é preciso ter mais fiscalização. É preciso ter mais visibilidade. Precisamos melhorar mais e fazer uma fiscalização diferente, com mais termos de cooperação”, sugeriu.
Em seguida apresentou os Comitês e seus integrantes criados para o desenvolvimento do Sistema de Governança do CREA-RS: o Comitê Interno de Assessoramento de Governança e o Comitê Gerencial. “Vamos trabalhar em todas as instâncias e engajar o grupo funcional neste processo”, explicou.
Lembrou, ainda, que o CREA-RS não tem problemas, mas sim desafios. “O que significa que cada um está sendo desafiado a encontrar a solução. Vamos eliminar os problemas para vencer os desafios”, defendeu.
Ressaltou que com a prata da casa, que é muito boa, será desenvolvido um Sistema que contribuirá para que o Conselho ande sozinho, independentemente das gestões.
Comitê Interno de Assessoramento de Governança do CREA-RS: Denise Ries Russo, gerente de Gestão, coordenadora; Denise Lima Friedrich, gerente de Comunicação e Marketing; Marcus Ferron Rocha, Auditor Interno; Mauro Alberto Fanslau, Controlador; Sandro Schneider, gerente de Protocolo e Acervo Técnico; Mauro Gilberto Vargas para desempenhar a função alusiva ao Planejamento Estratégico do CREA-RS; Alexandre Irigoyen de Oliveira para desempenhar a função de apoio jurídico; e Fernanda Dorneles Machado para desempenhar a função de apoio administrativo do CIAG.
Comitê Gerencial do CREA-RS: Marcus Ferron Rocha, Auditor Interno; Mauro Alberto Fanslau, Controlador; Sônia Maria dos Reis Machado, Corregedora; Ana Elisabete dos Santos Vasconcelos, Ouvidora; Alexandre Irigoyen de Oliveira, gerente Jurídico; Aline Brião do Amaral, gerente de Gabinete; Cristiane de Oliveira, gerente Executiva do Colegiado; Denise Lima Friedrich, gerente de Comunicação e Marketing; Denise Ries Russo, gerente de Gestão; Éder Teixeira Gomes, gerente de Tecnologia da Informação; Leomar Nestor Teichmann, gerente de Fiscalização e Inspetorias; Magda Veridiana dos Santos Hugo, gerente de Patrimônio e Infraestrutura; Míriam dos Santos Souza, gerente de Convênios e Relações Institucionais; Sandro Schneider, gerente de Protocolo e Acervo Técnico; Sávio Pacheco Melo, gerente de Registro; e Mauro Gilberto Vargas para desempenhar a função alusiva ao Planejamento Estratégico do CREA-RS.
