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Falece o Eng. Agr. Milton Guerra, pai do Receituário Agronômico


Em 2012, o Eng. recebe homenagem do CREA-RS em nome de todos os conselheiros da Especializada. Créditos: Arquivo CREA-RS

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA-RS) comunica com pesar o falecimento do professor Eng. Agrônomo Milton de Souza Guerra, quinta-feira(23). O sepultamento ocorreu dia 24.
Um dos idealizadores do Receituário Agronômico, o Eng. Agrônomo professor Milton Guerra participou, desde o final da década de 50, de discussões e ações contra o uso incoerente e abusivo dos agrotóxicos, defendendo a trabalho e a responsabilização do profissional da Agronomia, por sua formação acadêmica e atribuição. O especialista defendia um resgate da memória técnica das deliberações tomadas nos congressos nacionais de agrotóxicos e Receituário Agronômico, para assegurar e valorizar o trabalho do profissional e subsidiar o preenchimento correto da receita. Em entrevista à Conselho em Revista, publicação do CREA-RS nº 93 - Nov/Dez, o Eng. Guerra ressaltou, entre outras questões, que não se pode ter uma visão reducionista do Receituário Agronômico, considerando-o apenas um instrumento de apoio à gestão dos agrotóxicos. Confira a entrevista na íntegra www.crea-rs.org.br
Em 2012, o Eng. Guerra foi homenageado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA-RS), durante o Encontro Gaúcho Agrotóxicos, Receituário Agronômico e Alimento Seguro – A vida em primeiro lugar, realizado em setembro passado, em Porto Alegre, pelos serviços prestados ao ensino da Agronomia e à implantação do Receituário Agronômico no Brasil. O presidente do Conselho, Eng. Civil Luiz Alcides Capoani, entregou a placa de homenagem em nome dos conselheiros da Câmara Especializada de Agronomia.

Guerra formou-se Engenheiro Agrônomo, em 1959, na Escola de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Em 1970, fez o “Curso de Aperfeiçoamento em Defensivos Agrícolas - Formulação e Toxicologia”, promovido pelo Instituto Biológico de São Paulo, Projeto BRA-24 do Fundo Especial das Nações Unidas. Concluiu seu Mestrado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - USP, Piracicaba-SP, em 1974. Desenvolveu atividades como professor titular de Entomologia Agrícola, na atual Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da UFPel, de 1961 a 1991. Nesse período foi, também, professor dos cursos de pós-graduação nas áreas de Fitossanidade, Produção Vegetal e Sementes na mesma instituição. Desempenhou, igualmente, atividades administrativas como a chefia do Departamento de Fitossanidade da Eliseu Maciel.
No início dos anos 70, juntamente com o médico veterinário Paulo Sampaio, lançou os fundamentos do Receituário Agronômico que logo seria implantado no município gaúcho de Santa Rosa (RS). Durante a década de 80, dedicou-se à implantação do receituário agronômico, tendo ministrado cursos e treinamento de engenheiros agrônomos em praticamente todo o território brasileiro. O receituário passou a ser editado pela Ed. Globo no país inteiro.
Milton Guerra dedicou-se com afinco ao estudo de Toxicologia dos Agrotóxicos, tendo sido um dos fundadores, em 1972, do Centro de Estudos de Toxicologia do Rio Grande do Sul. Teve importante participação em entidades científicas, em especial na Sociedade de Entomologia do Brasil onde foi presidente, vice-presidente e conselheiro; Associação Brasileira de Centros de Informações Toxicológicas (tesoureiro) e Centro de Estudos de Toxicologia do Rio Grande do Sul (fundador, presidente, vice-presidente e diretor científico).
Guerra foi autor dos livros: “Receituário Agronômico”, 1978, e “Receituário Caseiro ¾ Alternativas para o Controle de Pragas e Doenças das Plantas Cultivadas e Seus Produtos”, 1986; co-autor do livro “Manual de Inseticidas e Acaricidas ¾ Aspectos Toxicológicos”.
Recebeu inúmeros prêmios e homenagens: “Troféu O Futuro da Terra 2000, Categoria Preservação Ambiental”, concedido pela Fapergs/Jornal do Comércio - Porto Alegre, em 2000; “Mérito Agronômico” pela Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul, em 1993; “Personalidade Ecológica”, concedido pelo Rotary Club de Pelotas Norte, em 1981; “Cidadão Honorário” das cidades de Resistência e Tucumán (Argentina) e “Comenda Cruz de São Jorge”, por relevantes serviços prestados à União dos Escoteiros do Brasil. Nos últimos anos, Milton Guerra dedicou-se à consultoria nas áreas de Fitiatria, Toxicologia dos Agrotóxicos e Metais Pesados, Plantas Medicinais e Geopatologia. (Com informações Ufpel)

 

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