Obras no Hospital de Clínicas: soluções de engenharia reduzem impactos
Obras irão ampliar em cerca de 70% a área construída do complexo hospitalar . Créditos: Arquivo CREA-RS
Completando um ano e com conclusão prevista para novembro de 2017, as obras de ampliação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) utiliza diferentes soluções de engenharia construtiva, visando reduzir impactos ambientais nos prédios anexos, onde são atendidas 33% de todas as internações da rede pública do Estado. Conforme destacou em coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (03), o Engenheiro responsável pelas obras, Eng. Civ. Fernando Martins Pereira da Silva, que também é vice-presidente do CREA-RS, entre as tecnologias escolhidas foram utilizadas estacas em hélice contínua, que produzem menor perturbação sonora e de impacto, paredes diafragmas com 25 metros de profundidade, que reduzem as interferências no lençol freático do terreno, e o atirantamento de cortinas para uma retirada de solo contínua sem a necessidade de execução por etapas. “São escolhas pouco ortodoxas para termos uma obra num período curto, com segurança e menores impactos”, explicou.
Itens como reaproveitamento da água da lavagem dos pneus dos caminhões, num sistema de lava-rodas que evitam que a sujeira do canteiro de obras chegue às vias públicas, e das sobras de concreto, que são utilizadas para fabricação dos meios-fios que irão compor o calçamento das áreas ampliadas, são outras ações que mitigam os impactos advindos da construção. A ampliação, que aumentará em cerca de 70% a área física da instituição, já está com 17% do cronograma concluído, seguindo em dia a previsão do trabalho. “Estamos priorizando as melhores técnicas de Engenharia para que tenhamos uma obra de qualidade, segurança e dentro dos prazos”, ressaltou o Engenheiro Fernando Martins Pereira da Silva.
Atrás dos tapumes entre a Rua Ramiro Barcelos e a Avenida Protásio Alves, área da ampliação, uma “mini cidade” foi construída para dar suporte aos trabalhadores e a gestão do projeto. De acordo com o Engenheiro, 17 edificações provisórias foram levantadas na área canteiro de obras. Para alimentação elétrica da obra, também foi necessária a instalação de uma subestação de energia.
Com 310 operários envolvidos na construção dos dois novos prédios do complexo hospitalar, a Segurança do Trabalho é outra preocupação da equipe do HCPA. O canteiro de obras é acompanhado por duas equipes de Engenharia de Segurança do Trabalho. Outro diferencial foi a licitação e contratação de uma empresa específica para o gerenciamento e a gestão da obra. Ela atua como se fosse uma auditoria, fiscalizando o cumprimento do cronograma e antevendo problemas. “É importante este controle para uma obra deste porte”, explicou o Engenheiro Fernando.
A questão econômica também foi sublinhada. A obra que tinha um custo inicial de cerca de R$ 408 milhões, através da Lei de Desoneração Fiscal da Folha de Pagamento, teve uma economia de em torno de R$ 11 milhões, sendo orçada a pouco mais de R$ 397 milhões. A construção está sob a responsabilidade do Consórcio Tratenge-Engeform, enquanto o gerenciamento e fiscalização ficam a cargo da Concremat Engenharia e Tecnologia S/A.
Os novos prédios – Denominados Anexo I e Anexo II, os novos prédios permitirão o aumento e a remodelagem de diversas áreas e a reorganização do fluxo de pacientes. Também haverá melhorias nos espaços de ensino e pesquisa. O Anexo I com 53.981 m² será composto de sete pavimentos e dois subsolos. O Anexo II, com 30.118 m², terá seis pavimentos e dois subsolos. O que já foi feito – Já foram executadas as fases de escavação, execução das fundações e paredes diafragmas. Também se realizou a contenção do solo com tirantes em todo o perímetro da obra, para suportar a estrutura dos novos prédios e a fase de superestrutura dos anexos. Com a área de implantação escavada e a estrutura de contenção atirantada em sua plenitude, sobressaíram-se os serviços de fundação. Cerca de 700 estacas foram colocadas nas bases dos anexos e receberam blocos de concreto armado e os pilares do 2° subsolo. Também teve início em junho, a implantação de reservatórios de armazenagem de água e o serviço de execução das lajes do primeiro e segundo subsolos. Números – 1,3 mil toneladas de aço consumida; 13 mil m³ de concreto utilizados (1,4 mil caminhões); 142 mil m³ de solo escavados; 700 estacas executadas para a consolidação da fundação dos edifícios; 17 edificações provisórias; 310 trabalhadores. |